A 34ª vítima da covid-19 em Cambará é o meu amigo Alexandre Mataveli. Tinha 41 anos. O cara alto, de olhos claros, sorriso tímido e de um incrível talento pela música saiu de cena deixando seu legado e um imenso vazio nos corações de muita gente, e nisso, eu me incluo.
Conheci o Mataveli ouvindo seu programa no rádio. Era divertido ouvir suas tiradas. Mas foi na música que nos aproximamos. Conversávamos muito sobre o assunto e ele chegou a dar aulas de violão para um de meus filhos.
O cara não tinha preconceito musical. Para ele, toda música, do funk ao rap, do sertanejo à bossa nova e ainda, do Rock aos clássicos do Jazz, Blues entre outros, eram expressões da cultura humana e mesmo que não agradasse a maioria, defendia que deveria no mínimo ser respeitada.
“Eu tenho minhas preferências musicais e deixo isto bem claro, mas a música, independente do ritmo, ela conta história, ela retrata o comportamento de cada geração e isso é fantástico”, disse em uma de suas últimas visitas à redação do Jornal Circulando.
A morte do Mataveli interrompe diversos projetos que ele vinha alimentando para este ano.
Professor de música e sonoplasta de um programa dominical na rádio 104,9FM, Mataveli tinha planos de retomar o projeto Uma Noite Sem Noção, um programa humorístico de rádio que abordava os variados temas com humor inteligente e escrachado e fazia a alegria do público. Ele pretendida levar o projeto ao ar pela plataforma de streaming em parceria com a Editora Circulando e estava bem empolgado com a ideia. A covid 19 interrompeu.
Ele era casado com Elaine Zenovelo, sua grande paixão, como costumada se referir sempre que falava de seu relacionamento. Ele não tinha filhos.
Sua morte, anunciada na tarde desta quanta-feira (21 de abril) comoveu amigos e familiares. Nas redes sociais são inúmeras as manifestações de pesar pelo ocorrido.
O corpo foi sepultado na manhã desta quinta-feira (22) no cemitério de Cambará.
Q.E.P.D – QUE EM PAZ DESCANSE!