Por Marco Antônio Margutti
O próximo prefeito de Cambará encontrará um cenário orçamentário que, à primeira vista, pode parecer promissor, mas que esconde complexidades e desafios significativos. Com um superávit projetado de R$4.418.968,00 para o ano de 2025, o novo gestor municipal terá a difícil tarefa de equilibrar as contas e decidir como utilizar esse excedente de forma eficiente e estratégica.
Como de praxe, o prefeito atual, Neto Haggi, encaminhou para a Câmara Municipal a previsão orçamentária para o próximo ano. A análise desse orçamento revela uma estrutura detalhada e complexa, refletindo tanto a estabilidade financeira quanto a responsabilidade fiscal do município.
A elaboração do orçamento público começa com a definição das despesas, seguidas pela estimativa das receitas. As receitas são, por natureza, variáveis e dependem de diversos fatores econômicos e de arrecadação, enquanto as despesas são fixadas com base em previsões e necessidades.
Para 2025, a previsão de receitas de Cambará é de R$104.359.954,18. Desses, 80% virão de transferências correntes da União e do Estado do Paraná, totalizando R$83.996.689,14. A arrecadação direta do município, que inclui IPTU, ISS, taxas, contribuições de melhorias e COSIP, contribuirá com os restantes R$20.363.265,04. É importante notar que esses valores são estimativas e podem variar.
As principais despesas do orçamento são alocadas da seguinte forma:
Educação: R$26.534.887,53 (29,22%)
Saúde: R$22.346.041,81 (24,71%)
Urbanismo (Zeladoria): R$11.539.894,29 (12,71%)
Administração: R$7.652.095,15 (8,43%)
Segurança Pública: R$3.738.296,81 (4,12%)
Assistência Social: R$3.451.350,00 (3,80%)
Agricultura: R$2.055.460,00 (2,26%)
Um item que merece atenção é o de Encargos Especiais, com uma alocação de R$3.415.257,00 (3,76%). Esses encargos representam despesas orçamentárias não associadas diretamente a serviços específicos ou bens, como dívidas e transferências constitucionais a municípios, valor este superior destinado à Agricultura, setor que mais contribuiu para o PIB municipal.
A soma de todas as receitas e a dedução das despesas resultam em um superávit anual de R$4.418.968,00, o que equivale a 4,23% do orçamento total. Esse excedente representa uma oportunidade significativa, mas também um desafio para o futuro prefeito, que terá a responsabilidade de decidir como aplicar esses recursos de forma a beneficiar a comunidade e atender às suas prioridades.
O superávit orçamentário, embora seja um sinal positivo de saúde financeira, pode ser visto como um problema na medida em que exige decisões estratégicas sobre investimento e aplicação dos recursos.
Por que esta sobra de caixa é um problema?
Explico: Segundo seus planos de governo dos dois candidatos a prefeito, registrados no site do Tribunal Superior Eleitoral, segue o link, https://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/home , poderá o leitor constatar, as suas prioridades, caso sejam eleitos.
Em resumo, enquanto o superávit projetado é um indicador de boas práticas fiscais, ele traz consigo o desafio de uma gestão eficaz dos recursos. O próximo prefeito de Cambará terá a oportunidade de transformar esse excedente em ações concretas e positivas para a cidade, moldando o futuro do município com base em suas escolhas e estratégias.
Porém, o cobertor é curto, pelo menos nas projeções publicadas nos planos de governo de cada candidato.
Fique atentos!
Fonte: Projeto de Lei nº Fonte: https://www.camaracambara.pr.gov.br/ Projeto de Lei nº 105/2024 e seus anexos.
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