Por Carlos Roberto Francisquini
Diz o velho ditado que a voz do povo é a voz de Deus, e isso fica evidente no atual cenário político local.
Os eleitores de Cambará decidiram renovar e conseguiram mais de 66% da Câmara Legislativa nas últimas eleições. A renovação foi marcada pela substituição de nomes considerados favoritos por uma nova geração de políticos, refletindo um desejo de mudança entre a população.
Primeiro foi a eleição de Walcir e Gil dos Anjos para prefeito e vice de Cambará frustando e encerrando um ciclo político mantido pelo sistema do atual prefeito José Salim Haggi Neto (MDB), que não conseguiu fazer seu sucessor nas eleições de 6 de outubro. O candidato do prefeito era Raffaello Frascatti e Rogério Frutuoso, dois vereadores de mandatos longos, que serviam de base de apoio ao atual mandatário.
A Câmara legislativa seguiu o mesmo caminho e renovou mais de 66% de seus membros.
A grande surpresa para alguns e alegria para muitos, foi a queda de Geraldinho do PHN, que, apesar de ser cotado como favorito nos períodos de pré-campanha, ficou de fora da nova composição da câmara. Para os mais apaixonados por políticos, viam em Geraldo o nome forte nesta campanha, mas esqueceram de ouvir os eleitores, especialmente os da periferia, que enxergavam no político uma espécie de fantoche por conta de seu comportamento vulgar no trato da coisa pública.
Geraldo é uma vítima de si mesmo.
Por outro lado, Karen Dadona também não conseguiu a reeleição, assim como João Mattar Olivato e seu primo Junior Olivato.
Karem Dadona pode ser beneficiada com uma possível ascensão de Walmir Joaquim a Secretaria de Saúde, como já se cogita, e ela pode voltar a casa legislativa no ano que vem, quem sabe.
João Mattar encerra seu ciclo político por baixo, sem conseguir a reeleição para mais um mandato. Em seu discurso na Câmara, João Mattar anunciou sua aposentadoria da vida política, agradeceu e cumprimentou seus companheiros de Câmara e aos votos que recebeu e desejou sucesso a nova gestão.
Raffaello Frascati e Rogério do Karatê optaram por não concorrer ao cargo de vereador, preferindo lançar suas candidaturas para prefeito e vice, respectivamente.
Não venceram a batalha e estão fora da política, a menos que venham a ocupar algum cargo de assessoria parlamentar, o que é comum nestas circunstâncias.
Na reunião da Câmara de vereadores desta segunda-feira, 7 de outubro, o clima no parlamento era de um visível desanimo.
Rogério Frutuoso expressou sua gratidão aos votos que recebeu, cumprimentou os eleitos e direcionou palavras de apoio a Raffaello Frascati, ausente nesta segunda-feira, sem nenhuma justificativa, assim como Marcos Roberto de Oliveira (Tetinha) que também esteve ausente.
Walmir Joaquim também esteve ausente, mas justificou problemas de saúde.
Junior Olivato agradeceu aos eleitores e desejou sucesso a nova gestão.
Karen Dadona discursou e demonstrou a sua intenção de retornar a Câmara daqui em quatro anos, mas pode até nem se ausentar, caso Walmir Joaquim aceite deixar o parlamento para assumir a chefia da saúde, como se comenta na cidade. Karen é suplente de vereador.
Por sua vez, Geraldinho do PHN, apesar da decepção nas urnas, surpreendeu a todos ao declarar que vai insistir na vida pública e prometeu retornar na próxima eleição como candidato à prefeitura de Cambará. É esperar para ver.
Novo Parlamento
Dos nove vereadores, Márcio Albertini e Walmir Joaquim, ambos do PSD, e Marcos Roberto de Oliveira, conhecido como Tetinha, do PP, mantiveram seus mandatos. As novidades na câmara incluem Paulo Nunes (Bacana), do PL, Tânia Lima, do PSD, Adauto Manzato, do PL, Adriano Dadona, do PSB, e Francisco Peres, do PP. Jair Eletricista, que já foi vereador em outras ocasiões, completa as nove cadeiras pelo MDB.
Os partidos que dominaram a nova composição da câmara são o PSD, com três cadeiras, seguido pelo PL duas, ambos da mesma coligação formam a base de apoio do prefeito eleito Walcir Joaquim. O PP contabilizou duas cadeiras cada, e PSB e MDB, que completam a composição com uma cadeira cada. Essa nova configuração sugere um cenário político em transformação, com uma mistura de experiência e renovação que promete impactar a governança local nos próximos anos.
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