A escolha de determinada cirurgia estética, em alguns casos, é feita de acordo com a tendência e padrão de cada época. Neste ano, há maior procura por redução e diminuição das mamas, que voltou à tona - movimento muito presente na década de 80, quando o padrão era mamas menores e mais proporcionais ao corpo.
Diferente dos anos 90 e 2000, quando houve um número acentuado de procedimentos para colocar próteses de silicone consideravelmente grandes até 2010.
Para as mulheres que realizaram o implante de silicone no passado e hoje desejam voltar com os seios naturais, o procedimento mais recomendável é o explante. A cirurgia é a retirada do silicone, feita normalmente na mesma incisão que foi inserida.
"No momento de realizar o explante é necessário moldar a mama, já que ao ser retirada a prótese, a mama pode ter um formato não muito harmônico. Por isso, no momento do explante é verificado se o corpo da mulher e o organismo terão uma reestruturação natural ou se será necessário fazer uma mamoplastia juntamente com o explante", explica Dr. Victor Cutait, o médico cirurgião plástico, Professor da Uninove e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Ele complementa que no caso de mamoplastia pode-se usar enxerto de gordura, se necessário, para corrigir alguma deformação. A partir disso, afirma que apenas um profissional cirurgião plástico certificado pode analisar a técnica e decidir o melhor resultado.
Um dos motivos para o aumento das buscas por explantes é que algumas mulheres se arrependem do silicone grande.
"No passado, já houve o corpo tipo ‘Panicat’ como padrão de beleza e hoje está em declínio, no momento em que, atualmente, o volume das próteses são mais naturais e proporcionais ao corpo das mulheres", analisa o cirurgião.
Ele complementa que neste 2021, há buscas por próteses de todos os tamanhos e também explantes, diferentemente de uma década atrás, quando a procura era predominantemente por implantes.
Além disso, outro motivo para a retirada do implante são os casos de contratura, que é uma inflamação na região mamária causada pela prótese. O problema é benigno e os sintomas são rigidez da prótese, podendo evoluir para deformação da mama e dores na região.
O indicado é a retirada no início da inflamação e a solução é a troca do silicone ou retirada permanente. A contratura pode acontecer apenas de 1 a 3% das mulheres com prótese, e a possibilidade aumenta a partir de 10 anos com a mesma prótese.
Outra complicação que pode aparecer é a Síndrome Asia, também conhecida como "doença do silicone", que é um conjunto de sintomas que incluem fadiga, dor nas juntas e muscular que podem se desenvolver por conta do implante.
O médico alerta que a proporção de casos ainda é baixa: "Os principais casos ocorrem àquelas que têm uma predisposição alérgica ao componente do material presente no silicone ou doenças reumatológicas que desenvolvem ou agravam o problema quando colocam o implante", explica.
Para evitar problemas e complicações por conta da prótese, o médico cirurgião plástico recomenda o acompanhamento com especialista e exames de mama a cada seis meses.
Apesar da maior procura por explantes, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a cirurgia que predomina dentre as mulheres ainda é o implante de silicone.
Com isso, o mais importante na cirurgia de mama é atender a vontade da mulher.
"Não existe mais um padrão definido. Há pacientes que querem mama grande e destacadas, outras que preferem pequenas e discretas - o mais importante de tudo isso é que a mulher esteja feliz com o seu corpo, se aceite e se ame. Para isso serve a cirurgia plástica: devolver a confiança e a autoestima da mulher moderna", finaliza Cutait.
Victor Cutait possui graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de Marília (2001) com especialização em cirurgia plástica pelo Instituto Brasileiro de Cirurgia Plástica, em São Paulo. Ele é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), professor de cirurgia plástica da Universidade Nove de Julho (UniNove) e dirige a Clínica Cutait Cirurgia Plástica, especializada em Cirurgia Plástica, Dermatocosmiatria e Fisioterapia Dermatofuncional. O médico cirurgião é pioneiro em lipoaspiração fracionada no Brasil
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