Estamos começando o oitavo mês do ano, até ai nenhuma novidade, mas você sabia que nem sempre foi assim? Agosto era o sexto mês do ano no antigo calendário romano feito por Romulo, e recebia o nome de sextilis que foi substituído no ano 8 d,C., para homenagear o imperador César Augusto, primeiro imperador do Império Romano.
Ficou confuso? O professor te explica; Aproximadamente no ano 753 a.C., segundo a lenda, Rômulo, o primeiro rei de Roma, criou o primeiro calendário com 10 meses. Começava em março e terminava em dezembro. Tratava-se de um calendário sem nenhuma base astronômica.
Neste primeiro calendário romano, o ano tinha 10 meses de 30 ou 31 dias, que totalizavam 304 dias e os demais 61 dias que coincidiam com o inverno não entravam no calendário havendo pouco interesse de acompanhamento temporal neste período do ano.
• Márcio (31 dias)
• April (30 dias)
• Maio (31 dias)
• Júnio (30 dias)
• Quintil (30 dias)
• Sextil (30 dias)
• Setembro (30 dias)
• Outubro (31 dias)
• Novembro (30 dias)
• Dezembro (30 dias)
A primeira reforma do calendário ocorreu com Numa Pompílio, o segundo dos sete reis de Roma, por volta de 713 a.C., que reduziu os meses de 30 dias para 29 dias e adicionou os meses de Januarius (29 dias) e Februarius (28 dias) no final do calendário aumentando o seu tamanho par 355 dias.
• Márcio (31 dias)
• April (29 dias)
• Maio (31 dias)
• Júnio (29 dias)
• Quintil (31 dias)
• Sextil (29 dias)
• Setembro (29 dias)
• Outubro (31 dias)
• Novembro (29 dias)
• Dezembro (29 dias)
• Januário (29 dias)
• Februário (28 dias)
No início do calendário foi adotado um sistema de semanas com 8 dias. A semana de sete dias começou a ser usada no início do período imperial, depois do calendário juliano ter entrado em vigor. Sim, era uma confusão geral, até que por volta de 46 a.C., Júlio César, organizou o calendário, alinhando-o com as estações do ano. Estipulou o ano dividido em 12 meses, terminando com o sistema de meses intercalares, e criou os anos bissextos para os dias que sobram. Só que estes começaram a ser contados de três em três anos, o que gerou uma grande confusão. Depois de Júlio César, o imperador César Augusto faz então uma alteração ao calendário para que os anos bissextos fossem contados de quatro em quatro. E se Júlio César mudou o nome do mês de quintilis (que passou a ser julho, em sua honra), César Augusto não lhe quis ficar atrás, e este pede ao senado um mês em sua honra e escolhe o mês sextilis, logo a seguir ao mês de Júlio César, que passa a ser Augustos. E daí hoje termos agosto.
E há ainda outra curiosidade: O mês sextilis (Augusto) não tinha 31 dias, como quintilis (julho). Para não ofender César Augusto, tirou-se um dia de fevereiro para que tanto julho como agosto tivessem o mesmo número de dias e, com isso, nenhum dos imperadores, a quem os meses são dedicados, tivesse mais dias do que o outro. Até chegarmos à atualidade há ainda uma mudança. Em 1578 o Papa Gregório XIII reuniu um grupo de especialistas para corrigir o calendário juliano. O objetivo foi fazer regressar o equinócio da primavera para o dia 20 de março e desfazer um erro de dez dias que existia.
Naqueles dez dias de 1582, ninguém nasceu, ninguém morreu, nada aconteceu. Nada houve a registar em Portugal, Espanha, Itália e Polónia, as primeiras nações a adotarem a ordem que veio do Papa e que os príncipes católicos cumpriram.
Os habitantes destes países adormeceram na quinta-feira dia 4 de outubro de 1582 e acordaram na sexta dia 15 de outubro do ano de 1582. Assim foi corrigido a data do equinócio da primavera do hemisfério norte para a data de 20 de março de 1583. Ainda hoje é esse o calendário, chamado gregoriano, pelo qual o planeta se rege. Mesmo que no calendário judaico, hoje domingo dia 1 de agosto seja o mês de ab do ano de 5781 ou que no calendário islâmico estejamos no mês dhu l-hijja do ano 1443, no calendário chinês é o ano de 4719, o ano do Boi. Porém o mundo, por motivos de organização financeira e económica, rege-se pelo calendário gregoriano, em que o oitavo mês é o mês de César Augusto, ou seja, o mês de agosto.