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Educação 2022: é preciso planejar o imprevisível

"A defasagem do aprendizado, consequência da pandemia do COVID-19, é difícil de ser mensurada", diz Yan Navarro

03/02/2022 às 08h10
Por: Carlos Roberto Francisquini Fonte: Da assessoria
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Yan Navarro é doutor em Didáticas específicas pela Universidade de Valência, na Espanha, e doutor em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Yan Navarro é doutor em Didáticas específicas pela Universidade de Valência, na Espanha, e doutor em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Ao analisarmos os cenários possíveis dentro do segmento de educação este ano, constatamos que será preciso planejar o imprevisível. A gestão do retorno seguro à aprendizagem presencial para os alunos e professores, por exemplo, que parecia sob controle com os protocolos sanitários já estabelecidos, tornaram-se incertos à medida em que a variante Omicron avança em todo o país. No entanto, mesmo nesse quadro de incertezas, alguns pontos podem ser destacados. O primeiro deles é o que chamo de apoio à aprendizagem socioemocional, que já vem sendo foco de atenção importante nas escolas e que continuará este ano. 

A defasagem do aprendizado, consequência da pandemia do COVID-19, é difícil de ser mensurada e, dessa forma, cabe aos gestores de instituições de ensino estarem atentos à realidade de sua comunidade escolar para atuar de forma certeira a fim de reduzir essa perda. A boa notícia aqui é que existe uma enorme vontade de todos em apoiar os alunos e também uma vasta comunidade de empresas de educação que oferecem as ferramentas e os recursos para ajudar os educadores nessa retomada dos processos de aprendizagem. 

A retenção de bons professores e outros funcionários da escola é um tópico que recebe pouco destaque, mas que requer muita atenção dos gestores da área da educação. Desenvolver estratégias para reter esses profissionais vai muito além da questão salarial e deve ser uma prioridade dos líderes educacionais neste ano. É importante destacar que uma infraestrutura de trabalho adequada, a possibilidade de desenvolvimento individual e também o reconhecimento das melhores práticas implementadas são fundamentais para manter o corpo docente engajado. 

A interrupção das aulas no seu formato presencial e o ensino híbrida nos dois últimos anos resultou em um aumento no envolvimento dos pais que tiveram a oportunidade de acompanhar como seus filhos estavam aprendendo, a maneira que estavam sendo ensinados e como estavam sendo avaliados. Esses mesmo pais agora têm a oportunidade de continuar assim, de maneira mais participativa no aprendizado do filho e, desta forma, outro desafio dos líderes educacionais e professores será também o de envolvê-los em todo o processo de retorno para o presencial. 

Não há como saber ao certo os efeitos a longo prazo de todas as mudanças que ocorreram na educação durante a pandemia gerada pelo COVID-19, mas é preciso sair do modo de sobrevivência e começar a planejar e a olhar para o futuro novamente. Estou esperançoso, embora não especialmente otimista, que comecemos a ver isso em 2022.

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