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INTERROGAÇÕES PARA O NOSSO TEMPO

E, ainda, as omissões e os desmandos de alguns na Política tornam cada vez mais complicada a vida, principalmente a dos mais pobres

29/04/2021 às 16h01
Por: Fonte: Thatiana Bueno
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Luís Fernando Lopes é doutor em Educação e professor do Curso de Filosofia do Centro Universitário Internacional UNINTER Divulgação
Luís Fernando Lopes é doutor em Educação e professor do Curso de Filosofia do Centro Universitário Internacional UNINTER Divulgação

 

Por Luís Fernando Lopes 

 

Vivemos tempos muito difíceis. Pandemia, mortes, desemprego, aumento de preços, tristeza, dor, desespero, apatia, conformismo, revolta e indignação. E, ainda, as omissões e os desmandos de alguns na Política tornam cada vez mais complicada a vida, principalmente a dos mais pobres.

O que fazer? Os discursos se avolumam, disputa-se espaço, divide-se, promove-se o ódio e a guerra ideológica, quando a ação mais óbvia seria proteger e defender a vida. Para defender a vida não houve e não há planejamento, apenas para manter poder. Para isso vale tudo! Apela-se para o absurdo: negacionismo, censura, ameaças, religião, fundamentalismo e medo.

O que fizemos com o mundo? Por que o egoísmo continua sendo a regra? Por que alguns insistem em manter a pose de poderosos em um mundo dilacerado pela pobreza, doença, forme e desigualdades? E o Brasil? Que país é esse em que a ignorância e a estupidez fazem escola e ganham cada vez mais espaço?

Diálogo? Pode até ser possível, desde que os interesses egoístas sejam preservados. Repartir? Coisa de comunistas e desocupados. Enfim, para todo comportamento ou ação que tenha a ousadia de se opor, criticar e expor as contradições do nosso tempo, as respostas já estão prontas e há muito tempo são repetidas à exaustão.

Contudo, a pandemia com suas consequências catastróficas tem exposto a cada dia as contradições e distorções de nosso sistema, assim como a arrogância e estupidez daqueles que insistem em virar as costas para a realidade e enxergar apenas o que lhes interessa.

Não faltam os bem-intencionados que a todo momento informam, alertam, explicam e aconselham. Mas quem os escuta? Afinal, cada um já escolheu o que fazer com base em seus próprios ídolos e mitos. E, ainda que as consequências dessas escolhas sejam nefastas para si mesmos e para os outros, as justificativas já estavam preparadas. A culpa é sempre dos outros que são negativistas, só reclamam, discordam e não sabem ver o lado positivo das coisas. E a história segue seu curso.

Ora, por que é tão difícil desapegar-se? Por que o outro precisa ser visto sempre como inimigo? Por que há sempre quem esteja disposto a jogar sujo para levar vantagem, independente das consequências? Por que a paz é sempre um projeto, uma utopia e nunca uma conquista permanente?

Afinal. o que nos motiva? O desejo de ser poderoso? De possuir? De ser famoso? A vontade de aparecer? De ser reconhecido, amado, estimado e bajulado? E se são, por que são essas as motivações?  Certamente, a lista de interrogações não termina aqui.

Desistir? Calar-se? Omitir-se? Conformar-se? Jamais! Se calarem a voz dos profetas as pedras falarão, diz uma conhecida canção religiosa.

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